Mais uma pesquisa de campo - Escola Waldorf

Visita à Escola Waldorf Moara
por Laura Tatielle Marchiori Pires

No dia 4 de setembro de 2015, fiz uma visita à Escola Waldorf Moara que está localizada na SHCGN 703, Área Especial - Asa Norte, Brasília – DF, https://revistamoarabrasilia.wordpress.com/
Pude conhecer alguns dos espaços físicos e também um pouco sobre a Pedagogia Waldorf.


    Os espaços visitados foram algumas das salas de aula, o Pátio de Micael, a quadra de esportes, a biblioteca, a sala dos professores, o parquinho interno (geralmente utilizado pelas crianças menores), a cozinha e o refeitório, a sala de convivência dos pais, a secretaria, a lojinha com venda de produtos específicos adotados pela Pedagogia Waldorf (onde também costumam realizar bazares para arrecadar fundos para eventos, passeios, reformas etc, das turmas da escola), a horta externa e o parquinho externo (que ficam numa área ao lado da escola, é um espaço extremamente agradável com muitas árvores, redes para as crianças balançarem, algumas hortaliças e uma bela área verde).


    As relações entre todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem são muito valorizadas e constantemente fortalecidas. A comunicação entre os pais e professores é permanente, por meio de reuniões regulares, pelo grupo da turma em e-mail e um grupo da turma no Whats App. Além disso, são realizados diversos e rotineiros momentos de encontros de cada turma, denominados de Vivência, onde o professor, os alunos da turma, os pais e os familiares de cada aluno se reúnem. São momentos de comunhão, lazer, confecção de trabalhos manuais e de produtos artesanais (muito utilizados e importantes na Pedagogia Waldorf). Essas vivências aproximam muito todos os envolvidos nesse processo, que é verdadeiramente construído por todos.










 


    Para entendermos o plano político pedagógico da Escola Moara, é preciso conhecermos um pouco sobre a Pedagogia Waldorf...


Entrevista Com Uma Professora da Escola
por Laura Tatielle Marchiori Pires
1. Nome da professora entrevistada. (gostaria de ser identificada na pesquisa ou prefere não se identificar?) Você leciona em qual série?
Podem publicar sim o meu nome, Carmem Manuela Damo Córdova. Atualmente, leciono aulas para a turma do segundo ano do Ensino Fundamental.
2. Fale sobre a sua formação acadêmica.
Minha primeira formação foi em Educação Física, feito na Universidade de Brasília, apesar de ter algumas limitações foi um curso excelente pois ampliou meu olhar sobre a cultura de movimento e a educação como um aspecto amplo da sociedade. O segundo curso, pedagogia, iniciei na UnB e tive dificuldades de continuar. Achei o curso muito voltado para o processo científico e a prática, a qual eu estava mais interessada, ficou do lado fraco da balança. O curso de pedagogia terminei na faculdade AD1, um curso incomparável com o da universidade pública, bastante fraco.
3. O que fez você escolher a profissão de docente?
Foi um caminho natural para mim. É uma atividade que de alguma forma sempre exerci.
4. A sua formação no curso superior de Pedagogia foi suficiente para que pudesse desenvolver um trabalho docente seguro e de qualidade junto aos seus alunos? Explique.
Não, me mostrou caminhos de estudo. A docência é um processo vivo e não estagnado, de maneira que algo que você constrói no presente pode e deve ser reconstruído no futuro.
5. Quais são as suas maiores dificuldades profissionais?
Falta de tempo e de recursos financeiros.
6. Que nota você daria para o seu trabalho como docente e o que buscaria melhorar?
Não me daria nota, tento fazer uma avaliação diária do trabalho e a cada dia descubro pontos diferentes a melhorar, focando em alguns que são cruciais para o momento.


Reflexões Após Análise da Visita e da Entrevista
por Laura Tatielle Marchiori Pires
    O ambiente e a prática educacional da Escola Waldorf Moara são realmente muito diferentes, devido à forma como foi construída a sua Pedagogia, a partir da Antroposofia de Rudolf Steiner:
A Antroposofia, do grego "conhecimento do ser humano", introduzida no início do século XX pelo austríaco Rudolf Steiner, pode ser caracterizada como um método de conhecimento da natureza do ser humano e do universo, que amplia o conhecimento obtido pelo método científico convencional, bem como a sua aplicação em praticamente todas as áreas da vida humana.
[4.Antropocentrismo. Ela (a Antroposofia) parte da compreensão do ser humano para ele entender não só a si próprio como a todo o universo. Para ela, o ser humano gerou, na sua evolução, o mundo dos animais. Estes são especializações evolutivas do ser humano, que representa a razão de ser do universo físico, dele também dependendo a evolução do mundo espiritual.]...


    Essa visão global do ser humano e sua ligação com o universo à sua volta, torna a Pedagogia Waldorf muito distinta comparando-se aos outros métodos pedagógicos, comumente empregados nas escolas em geral:
A Antroposofia, Valdemar W. Setzer
www.ime.usp.br/~vwsetzer
(Original: 18/2/1998; versão 3.2: 8/8/10)
Não há, basicamente, em nenhum nível, uma educação que não seja a auto-educação. [...] Toda educação é auto-educação e nós, como professores e educadores, somos, em realidade, apenas o ambiente da criança educando-se a si própria. Devemos criar o mais propício ambiente para que a criança eduque-se junto a nós, da maneira como ela precisa educar-se por meio de seu destino interior.
A Pedagogia Waldorf foi introduzida por Rudolf Steiner em 1919, em Stuttgart, Alemanha, inicialmente em de uma escola para os filhos dos operários da fábrica de cigarros Waldorf-Astória (daí seu nome), a pedido deles. Distinguindo-se desde o início por ideais e métodos pedagógicos até hoje revolucionários, ela cresceu continuamente, com interrupção durante a 2a. guerra mundial, e proibição no leste europeu até o fim dos regimes comunistas. Hoje conta com mais de 1.000 escolas no mundo inteiro (aí excluídos os jardins de infância Waldorf isolados).
As escolas Waldorf sempre foram integradas da 1a à 8a (ou 9a) séries, e até a 12a quando possuem o ensino médio, de 4 anos. Não há repetições de ano, e nem atribuição de notas no sentido usual.
Uma das principais características da Pedagogia Waldorf é o seu embasamento na concepção de desenvolvimento do ser humano introduzida por Rudolf Steiner (veja uma biografia dele). Essa concepção leva em conta as diferentes características das crianças e adolescentes segundo sua idade aproximada. O ensino é dado de acordo com essas características: um mesmo assunto nunca é dado da mesma maneira em idades diferentes.
Ela é uma pedagogia holística em um dos mais amplos sentidos que se pode dar a essa palavra quando aplicada ao ser humano e à sua educação. De fato, ele é encarado do ponto de vista físico, anímico e espiritual, e o desabrochar progressivo desses três constituintes de sua organização é abordado diretamente na pedagogia. Assim, por exemplo, cultiva-se o querer (agir) através da atividade corpórea dos alunos em praticamente quase todas as aulas; o sentir é incentivado por meio de abordagem artística constante em todas as matérias, além de atividades artísticas e artesanais, específicas para cada idade; o pensar vai sendo cultivado paulatinamente desde a imaginação dos contos, lendas e mitos no início da escolaridade, até o pensar abstrato rigorosamente científico no ensino médio. O fato de não se exigir ou cultivar um pensar abstrato, intelectual, muito cedo é uma das características marcantes da pedagogia Waldorf em relação a outros métodos de ensino. Assim, não é recomendado que as crianças aprendam a ler antes de entrar na 1a série. Sobre a necessidade do brincar infantil no jardim-de-infancia, veja-se o artigo "Crisis in the Kindergarten: why Children Need to Play in School" editado pela Alliance for Childhood. Para as caracterizações sucintas do desenvolvimento infantil e juvenil em períodos de 7 anos, os setênios, base fundamental da pedagogia, vejam-se os artigos de Sonia Setzer sobre educação e drogas e o de Sonia Ruella. Como o computador força um pensamento lógico-simbólico, nenhuma escola Waldorf digna desse nome utiliza essa máquina, sob qualquer forma, antes do ensino médio (9a série na seriação Waldorf); ver artigos a respeito.
As escolas Waldorf são totalmente livres do ponto de vista pedagógico, pertencendo em geral a uma associação beneficente sem fins lucrativos. Idealmente, a administração escolar é feita pelos próprios professores (veja-se (texto de Rudolf Steiner a esse respeito). Cada escola é independente da outra: o único que as une é o ideal de concretizar e aperfeiçoar a pedagogia de R.Steiner, visando formar futuros adultos livres, com pensamento individual e criativo, com sensibilidade artística, social e para a natureza, bem como com energia para buscar livremente seus objetivos e cumprir os seus impulsos de realização em sua vida futura. O amor que os professores Waldorf devem desenvolver pelos seus alunos, e o conhecimento profundo que eles adquirem de cada aluno são outras características fundamentais da pedagogia. Por exemplo, idealmente durante os 8 anos do ensino fundamental cada classe tem um único professor que dá todas as matérias principais, isto é, fora artes, artesanato, educação física e línguas estrangeiras (em geral duas, nos 12 anos de escolaridade). No ensino médio há um professor que, durante os 4 anos, assume o papel de tutor da classe. O médico escolar tem nas escolas Waldorf um papel fundamental de apoio médico-pedagógico aos professores, e deve conhecer profundamente a pedagogia.
Nos Estados Unidos, as melhores universidades costumam aceitar com preferência os ex-alunos Waldorf, pois sabem que se trata de jovens diferenciados, com uma vasta cultura, com capacidade de concentração e aprendizado, e alta criatividade. Nesse país, que tanto se caracteriza pela praticidade de seu povo e pela liberdade de ensino, houve nos últimos 30 anos uma explosão de escolas Waldorf, que passam hoje em dia de uma centena.
No Brasil há 25 escolas Waldorf ou de inspiração Waldorf (sem contar jardins de infância isolados), sendo 4 em S.Paulo (3 com ensino médio). A mais antiga, existente desde 1956, é a Escola Waldorf Rudolf Steiner de São Paulo, que tem cerca de 850 alunos e 75 professores. Agregado a ela há o curso mais antigo de formação de professores Waldorf no Brasil, reconhecido oficialmente. Em 2010, segundo o site da Federação das Escolas Waldorf no Brasil, há um total de 73 escolas Waldorf reconhecidas por ela, com 2050 professores e 2500 alunos de jardim de infância, 4180 alunos no ensino fundamental, 580 no ensino médio.

No Brasil, espera-se que os formados no ensino médio ainda façam um semestre ou um ano de cursinho para entrar nos cursos superiores mais concorridos, se bem que tem havido muitos casos de aprovação no vestibular nas melhores universidades, sem cursinho. Em geral, os ex-alunos entram em faculdades de procura média sem necessidade de preparo adicional.
                 Fonte: http://www.sab.org.br/portal/pedagogiawaldorf/27-pedagogia-waldorf

    Após esse breve apanhado sobre a Antroposofia e a Pedagogia Waldorf, podemos compreender um pouco melhor como se estrutura a vivência do processo de ensino-aprendizagem na Escola Waldorf Moara Brasília, que eu visitei. 

    Refletindo a respeito da visita e da entrevista feita com a professora, admito ter ficado bastante impressionada, positivamente admirada, me deu vontade de voltar a ser criança e estudar nessa escola. 

    Percebi que ali a criança se desenvolve de modo global, sem a crescente pressão do estudo voltado para a aprovação no vestibular ou focado no mercado de trabalho, na competitividade, mas sim voltado para o autoconhecimento, para descoberta e o desenvolvimento das potencialidades e das habilidades de cada um. O brincar é reconhecido como importante etapa na construção do aprendizado. O tempo de cada um e a maturação biológica das crianças são respeitados. A figura do professor é muito importante, tem um papel afetivo muito grande criando um laço com as crianças que se traduz em segurança e confiança, resultando em maior sucesso no ensino dos conteúdos.

    Quanto à entrevista, a professora se mostrou muito tranquila, dedicada, esforçada e segura em sua prática pedagógica, pelas suas respostas e pela minha observação durante o tempo em que estive lá. Ela possui, também, a formação em Educação Física, e isso contribui muito para trabalhar com os alunos a consciência corporal, as atividades motoras, as práticas corporais, e para o desenvolvimento da propriocepção, ajudando as crianças a perceberem a si mesmas, aos outros e ao ambiente ao seu redor.

    A professora Manuela disse uma coisa que é essencial: A docência é um processo vivo e não estagnado, de maneira que algo que você constrói no presente pode e deve ser reconstruído no futuro.Bem, isso é muito verdadeiro, pois essa profissão exige formação continuada, crítica e reflexiva. O professor precisa estar atuando e refletindo sobre essa sua atuação, para fazer os constantes ajustes necessários, reinventando a sua prática docente de acordo com as frequentes pesquisas que devem ser feitas sobre as necessidades e o aproveitamento da sua turma de alunos. As decisões do professor, suas escolhas, os métodos empregados, os recursos utilizados, as atividades propostas, o material didático, as orientações, enfim, toda a sua prática em sala de aula deve ser cuidadosamente pensada e sempre revista, pois é isso que faz a diferença para o sucesso do processo ensino-aprendizagem.

    Para mim, essa visita e essa entrevista foram muitíssimo ricas, abriram o meu olhar para uma nova forma de compreender e de atuar na Pedagogia. Espero que possa ser valiosa também para os leitores desse Blog. E, para quem quiser saber um pouco mais sobre a Pedagogia Waldorf, deixo aqui em baixo um texto extraído do site do Curso Waldor de Belo Horizonte: http://cwbh.com.br


Saiba mais...

Para conhecer um pouco mais sobre a Pedagogia Waldorf, aqui  mesmo em nosso Blog, nos arquivos Extras, leia o texto:

CONHEÇA A PEDAGOGIA WALDORF
fonte: Texto extraído do site do Curso Waldorf de Belo Horizonte http://cwbh.com.br

Acessando o seguinte endereço eletrônico:

http://pedagogiaintegrador.blogspot.com/2015/10/conhecaa-pedagogia-waldorf-fontetexto.html





Vídeo - Construção do Sujeito Educador















Como acontece a construção do sujeito educador? Sempre teve essa dúvida ou quis obter mais informações? Essa é a sua oportunidade! Acesse o nosso vídeo e descubra.



Segunda autoavaliação - por Laura Tatielle


           O percurso deste projeto começou para mim com um grande desafio, por nunca antes ter utilizado essa ferramenta, o Blog. Para mim, a inexperiência no manuseio das funcionalidades do Blog foi sempre a parte mais difícil.
           A pesquisa de campo, foi uma etapa muito rica, com novas e importantes descobertas que me trouxeram um novo universo dentro da Pedagogia, o da Pedagogia Waldorf, fiquei encantada!

        Como é revigorante encontrar uma escola que trabalha a Educação com amor e seriedade, respeitando a individualidade e incluindo a diversidade, estimulando as potencialidades dos alunos e os auxiliando a  superarem suas dificuldades, onde o aluno é visto e valorizado globalmente - corpo, mente, sentimentos, emoções e espiritualidade - e onde as atividades propostas visam integrar e desenvolver todas essas facetas do indivíduo. Além disso, os professores demonstram trabalhar animados, tranquilos e seguros, sendo assim, pode-se notar que estão felizes em sua jornada profissional. Outro ponto importante que verifiquei na visita àquela escola, foi perceber que a parceria de toda a comunidade escolar é sólida e significante. Há um laço forte entre equipe escolar, professor, alunos, pais e familiares, que faz realmente a diferença no desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. 
           Outra oportunidade de grande aprendizado pessoal, foram as pesquisas extras, que me propiciaram acessar diferentes conteúdos se traduzindo em leituras proveitosas e em novos conhecimentos.
        Trabalhar nesse projeto foi uma experiência positiva em minha formação acadêmica.

Resultado da Pesquisa de Campo - Escola Pública


1-Fale sobre a sua formação acadêmica.
As matérias foram muito boas, a questão teórica foi um ponto positivo sobre minha formação acadêmica. Porém senti falta da parte prática, que só tive maior aprofundamento quando já estava em sala de aula.

2-O que fez você escolher a profissão de docente (na Educação Infantil)?
Mais oportunidades no mercado de trabalho comparando com os anos mais avançados.

3-A sua formação no curso superior de Pedagogia foi suficiente para que pudesse desenvolver um trabalho docente seguro e de qualidade junto aos seus alunos? Explique.
A parte teórica foi suficiente para desenvolver um trabalho de qualidade com os alunos. O que senti falta, como citado na primeira pergunta, foi da parte prática que foi adquirida mais no ambiente de trabalho com os colegas que na graduação em si.

4-Quais são as suas maiores dificuldades profissionais?
Indisciplina dos alunos e a falta de participação dos pais na vida escolar dos mesmos, provocando essa indisciplina e a falta de interesse quando não são acompanhados corretamente.

5-Que nota você daria para o seu trabalho como docente e o que buscaria melhorar?
Não quero avaliar meu trabalho com uma nota, mas procuro a cada dia uma forma de ensinar melhor (seja com novos métodos ou utilizando coisas do dia a dia deles), melhorar diante de situações inusitadas também é fundamental no nosso campo de atuação.

6- Você acha que o fato de trabalhar perto de casa influencia na maneira como a aula será naquele dia?
Com certeza, pelo fato de não ter o desgaste do transporte e também por conhecer a comunidade em que trabalho acaba por tornar a aprendizagem mais prática e produtiva.

Reflexões Após Análise da Visita e da Entrevista


Após realizar a entrevista e conversar um pouco com a professora, pude perceber a satisfação que ela tem de estar naquela escola e de poder desenvolver o seu trabalho em sala de aula da sua maneira, não tendo aquele controle rígido que outras escolas têm. Ela também me falou das atividades diversas que acontecem para os alunos e também para os professores, fazendo com que se sintam mais à vontade naquele ambiente onde passam boa parte do seu tempo. A escola também tem uma ótima dinâmica com os pais, promovendo sempre feiras culturais, juramento à bandeira, festas de dias comemorativos, com os alunos podendo trazer seus pais para a escola para poder mostrar onde eles estudam.

“A equipe gestora da escola também é muito competente, eles procuram fazer o melhor para cada aluno e pensam sempre no bem estar de cada um deles. Seja na hora do lanche, seja na hora da saída, o cuidado com cada aluno é notável e de se admirar.” disse a professora.

Ao visitar os espaços da escola, pude perceber que os alunos têm diversas formas alternativas de aprender, como: sala de vídeo, sala de leitura, quadra de esportes (que não é muito grande, mas que supre a necessidade deles), parquinho, sala de computação, o pátio para serem desenvolvidas atividades ao ar livre.

Segunda Autoavaliação - Hellan Rodrigues

A estrutura do blog vai ficando pronta e posso notar que ao longo do tempo as técnicas, a forma de pensar, o jeito que os assuntos abordados são vistos, tudo vai se desenvolvendo e cria-se um vínculo com aquele conteúdo por querer que seja sempre melhorado.

Com certeza o blog faz a diferença na educação à distância, ele ajuda a escrever melhor, faz as suas palavras ficarem mais ricas e interessantes, desperta em você o desejo pela leitura, mostra que é necessário estar sempre criando gosto pelos assuntos mais diversos. É um forte aliado do pedagogo nos dias de hoje, já que tudo gira em torno da tecnologia e temos, portanto, que estar em constante renovação dos nossos métodos.

Extra - Rubem Alves: A Escola Ideal - O papel do professor

        Caros visitantes, assistam a esse vídeo e vejam a brilhante ideia de Rubem Alves a respeito da escola ideal. 

        Conheçam um pouco mais sobre a sua visão acerca da construção do processo de ensino-aprendizagem, sobre a missão do professor, que não é dar respostas prontas. Ou seja, para o autor, não deve-se empregar uma educação mecanizada, baseada apenas em teorias, fórmulas, decorebas, material pronto, os alunos não se encantam pelo aprender dessa forma. 

        Os alunos precisam ser instigados, levados à vontade de descobrir, de investigar, de pesquisar. É preciso usar a criatividade, soltar a imaginação, despertar o interesse pelo assunto estudado, de modo que seja algo atrativo e que tenha emprego real em sua vida. A informação pronta pode ser facilmente encontrada nos livros, na Internet etc. Precisamos despertar o pensamento crítico e reflexivo das crianças, o aprender é estimulante quando tem uma utilidade prática naquilo que se aprende, quando tal informação é buscada para saciar a curiosidade, para as descobertas interessantes que possam ser usadas de forma real em seu dia-a-dia.



O objetivo da educação para o grande Rubem Alves.

Rubem Alves - A Escola Ideal - o papel do professor




Pesquisa Extra

        Conheça uma história de vida:

        O sonho dessa jovem é se tornar professora.






21/10/2015 09h08 - Atualizado em 21/10/2015 09h17

'Não é valorizado, mas é meu sonho', diz jovem que quer cursar pedagogia

Adolescente vai prestar o Enem para tentar uma vaga em faculdade.
'Toda profissão depende de um professor', diz estudante de Sorocaba.






Leia a reportagem completa, clicando no seguinte link:

http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-jundiai/noticia/2015/10/nao-e-valorizado-mas-e-meu-sonho-diz-jovem-que-quer-cursar-pedagogia.html

Uma história de exemplo de vida – artigo

História de vida
Esses dias tive a oportunidade de conhecer a história de Dayana dos Santos. Não aquela ex-ginasta brasileira, que foi a primeira, entre homens e mulheres, a conquistar uma medalha de ouro numa edição do Campeonato Mundial, mas a cobradora de ônibus acreana que fez da dificuldade de comunicação uma oportunidade para adquirir mais conhecimento.
Dayana trabalha na linha que faz o Irineu Serra – Centro. Muitos turistas estrangeiros utilizam o ônibus para chegar ao túmulo do Mestre Irineu Serra (fundador da doutrina do Santo Daime) e ainda conhecer as igrejas que integram a cultura da ayahuasca.
Ocorre que esses turistas sempre buscam informações como chegar ao local ou mesmo sobre o preço da passagem de ônibus. A cobradora, ao perceber que não conseguia se comunicar com aqueles que não falavam seu idioma, viu ali que poderia fazer diferente. Em vez de se acomodar e fazer seu trabalho rotineiro, ela buscou auxílio do governo, por meio do Centro de Estudo de Línguas (CEL). Matriculou-se no curso de inglês e espera ansiosa a hora de pôr em prática seu aprendizado.
A história de Dayana mostra que, quando queremos, somos capazes de mudar nossos caminhos. Mas mostra também que não devemos nos acomodar, independentemente da função que ocupamos. A importância de ter um governo parceiro, que se preocupa com a qualidade de vida de sua população, também faz a diferença.
O governador Tião Viana, sempre que pode, fala da importância do CEL como oportunidade de mudança de vida e também qualidade do ensino que os alunos recebem lá. “O inglês que oferecemos tem padrão Oxford”, exclama, orgulhoso. Isso quer dizer que tem um avançado programa de ensino.
Por lá, outros idiomas também são ensinados, espanhol, italiano e francês. De 2011 para cá (data em que foi criado), já se formaram cerca de 3.500 alunos. Além de Rio Branco, Cruzeiro do Sul também é atendida com a oferta de cursos de línguas.
Certamente Dayana descortinou um novo olhar para o mundo, para as pessoas e, principalmente, para si mesma. Demonstrou ter um bom coração, que gosta de ajudar, já que se preocupou em conseguir passar informações àqueles que visitam a cidade, mas não falam sua língua.
Certamente ela fará a diferença na vida dessas pessoas, ficará marcada na memória delas, será personagem dos “causos” que irão contar sobre a viagem que fizeram à Amazônia de Chico Mendes. E por isso eu estou aqui contando a história dessa mulher. Gostaria de que servisse de exemplo a todos aqueles que querem fazer a diferença na vida dos outros e na de si mesmos.
Dayana saiu da caixinha, e nós podemos sair também. 
                                fonte:http://www.agencia.ac.gov.br/
Pesquisa Extra

        Sugerimos aos visitantes do nosso Blog, que procurem conhecer um pouco mais a respeito da interação entre a pedagogia e a questão ambiental.

         Existe uma matéria muito interessante, com o título:

Educadores ambientais promovem encontro no Jardim Botânico, em Brasília

         Acesse o conteúdo, na íntegra, clicando no seguinte link:


http://www.ebc.com.br/noticias/meio-ambiente/2015/10/educadores-ambientais-promovem-encontro-no-jardim-botanico-em
Reflexão Crítica
A CONSTRUÇÃO DO SUJEITO EDUCADOR E PERSPECTIVA DO PEDAGOGO E DA PEDAGOGIA

        A construção do educador hoje não está muito fácil, algumas instituições fazem tudo por um ensino de qualidade, mas a sociedade vive um impasse muito grande em relação à educação, professores com medo de alunos e sociedade com medo do que esses alunos serão no futuro.

        Buscando melhorar, o educador percorre várias áreas, tentando resolver as dificuldades de cada instituição, sobrevivendo a esse mundo que está cada vez mais difícil de entrar que é a educação. Construir um educador hoje vai muito além de teorias, precisamos estar cada dia na vida de um educando e na sociedade em si, buscando não apenas ensinar as questões didáticas, mas também como conviver  em uma comunidade ensinando valores para as crianças e adolescentes.

        A nossa perspectiva hoje, é que o aluno tenha um ensino de qualidade e que busque sempre aprender para repassar esse ensino, mostrando valores e virtudes, ensinados por seus professores.Visando um futuro sem violência e mais qualidade de vida, não é fácil, sabemos disso, mas com paciência e coragem o educador consegue o melhor resultado de cada aluno.

        A pedagogia nos mostra que podemos começar bem cedo ensinando esses valores, na educação infantil conseguimos chegar nas raízes do problema. Concordo que a educação em casa é essencial, mas com a ajuda da escola e família, o trabalho é mais produtivo. A criança aprende mais rápido, tem uma imaginação incrível, e é usando essas “armas” que a pedagogia tem um papel importante, mas claro, com a ajuda dos pais e da comunidade, para o esforço ter resultado satisfatório.
Segunda autoavaliação
Samara Rodrigues

   Nesta segunda avaliação percebo minha dificuldade com blog,e com os textos, tenho dificuldades com a minha leitura por ser rápida.Não estava conseguindo me expressar com palavras.Mas ao decorrer dos trabalhos, fui conseguindo com a ajuda dos meus colegas de grupo.
   Foi um pouco difícil fazer o vídeo por não saber como funcionava alguns ferramentas,e achei complicado a escolha do tema,por ser muito complexos.Também achei complicado por fazer o trabalho á distancia com meus colegas de curso,a comunicação era toda por e-mail ou telefone.
CONHEÇA A PEDAGOGIA WALDORF
fonte: Texto extraído do site Curso Waldorf de Belo Horizonte http://cwbh.com.br

O QUE SÃO AS ESCOLAS WALDORF
A primeira Escola Waldorf surgiu em 1919, na Alemanha, sob a orientação de Rudolf Steiner. Ela foi criada a pedido de um industrial para atender os filhos dos operários e funcionários da fábrica de que era diretor. Foi uma experiência de sucesso.
Hoje as Escolas Waldorf formam uma rede de ensino em crescimento em todo o planeta, presentes nos cinco continentes. E, embora tenham sido criadas na Alemanha, buscam incentivar e incorporar a cultura do país em que se encontram.
No Brasil, a primeira Escola foi criada em 1956, em São Paulo. A partir de então, o movimento tem se expandido com novas escolas em Aracajú (SE), Belo Horizonte, Botucatu (SP), Brasília, Curitiba, Cuiabá, Florianópolis, Fortaleza, Friburgo, Juiz de Fora, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Salvador, entre outras.

Não há administração central; cada Escola é independente. Há, contudo, associações que apoiam o movimento, promovendo cursos e congressos de atualização de professores e muitas vezes, ajuda financeira para escolas de poucos recursos materiais.

A organização administrativa de cada instituição Waldorf também segue o princípio da autogestão. Não há um único dono ou diretor, mas conselhos . Os professores são plenamente responsáveis pelos seus procedimentos pedagógicos, trabalhando sempre em equipe. Cada escola é representada juridicamente por uma Associação sem fins lucrativos , da qual participam professores, pais, e aqueles que sentem afinidade com os seus propósitos educativos e culturais. Esta filosofia, ou tipo de gestão que dela provém, não muda em nada quaisquer responsabilidades pedagógicas, financeiras ou jurídicas. A Escola Waldorf responde a todos estes níveis, como qualquer outra escola.

Os pais e a família têm papel preponderante. Geralmente se entusiasmam pela proposta e colaboram para que ela possa ser viabilizada.

PROPOSTA PEDAGÓGICA

A partir da análise de dimensões específicas do ser humano como o pensar, o sentir e o querer, Rudolf Steiner firmou as bases de uma educação que tende a responder às necessidades atuais e futuras da humanidade. Segundo ele, uma sociedade só pode configurar-se e desenvolver-se de forma sadia e adequada às solicitações da época em que está inserida, se levar em conta as dimensões essenciais do ser humano.

Sobre a base desse mesmo princípio, concebeu a Trimembração do Organismo Social. Para isso, revalorizou os impulsos da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade, como diretrizes máximas das diferentes funções sociais. Definiu a Liberdade como o princípio básico que deve reger a vida cultural-espiritual; a Igualdade como alicerce fundamental da questão jurídico-legal e a Fraternidade como sustento imprescindível para a atividade econômica. Na Educação isso significa:Desenvolver na criança as bases para um pensamento claro e preciso, isento de preconceitos e dogmas, o que leva à liberdade;

Cultivar sentimentos autênticos não massificados e que respeitem os demais, num marco de igualdade de direitos e obrigações;

Gerar uma capacidade vigorosa de sustentar responsavelmente a fraternidade na vida econômica do futuro.

Essa visão do homem e da sociedade alimenta tudo o que é feito nas Escolas Waldorf do mundo inteiro, tanto na ação pedagógica como no que se refere à sua organização institucional de auto-gestão colegiada e interação sócio-comunitária.

CONSTITUIÇÃO HUMANA

No ser humano, encontramos três veículos de expressão: o corpo, as emoções e a mente. A esses três veículos de expressão correspondem três funções: o querer, o sentir e o pensar. Todos esses aspectos precisam ser trabalhados com a mesma atenção para a plena realização do potencial humano. Esse é o objetivo da Pedagogia Waldorf, e por isso ela desenvolveu atividades para cada um daqueles aspectos.

O corpo é educado por meio de atividades práticas como jardinagem, marcenaria, construção, ginástica, trabalhos manuais, entre outras. A educação do corpo, tal como é praticada nas Escolas Waldorf, fortalece também o caráter da criança, pois desenvolve a sua força de vontade, criando nela qualidades como a disposição para enfrentar dificuldades e a perseverança.

As emoções são trabalhadas por meio da arte: música, canto, desenho, pintura, literatura, teatro, recitação, escultura e cerâmica. Por meio da expressão artística, são dadas muitas oportunidades para o refinamento da sensibilidade, e a harmonização de conflitos na área afetiva e social.

A mente é educada por meio da transmissão do conhecimento de forma balanceada e adequada à idade do aluno. Nas Escolas Waldorf busca-se cultivar o sentimento de admiração que as crianças têm em relação à natureza e ao mundo como forma de manter vivo o seu interesse em aprender. Arte e atividades práticas são também instrumentos a serviço das matérias acadêmicas.

Com a educação integrada de todos os aspectos do seu ser, a criança aprende a não dissociar seus pensamentos, sentimentos e ações, podendo tornar-se um adulto equilibrado e coerente.

OS SETÊNIOS

São de conhecimento geral algumas crises básicas na biografia humana: por volta dos 7 anos, a troca de dentes; aos 14, a puberdade; aos 21, a maioridade. Aprofundando a observação dos períodos delimitados por essas crises, Steiner percebeu a qualidade essencial de cada um deles.

Os primeiros 7 anos de vida são dedicados ao conhecimento e amadurecimento do corpo, seus limites e capacidades. A aprendizagem neste período é realizada principalmente por vias inconscientes, baseada na imitação. A criança estrutura as suas experiências por meio de brincadeiras que brotam da sua imaginação. Em função da saúde física e psíquica, o intelecto e a memória não devem ainda ser solicitados. É preciso primeiro que o corpo físico dê os sinais de sua maturidade e solidez estrutural, o que ocorre por volta dos 7 anos. A virtude básica que a criança precisa ver manifestada ao seu redor é a gratidão pela vida. O mundo é bom!, ela deveria vivenciar.

Dos 7 aos 14 anos, os sentimentos estão se consolidando. São de suprema importância, nessa fase, as atividades artísticas. São então criadas as bases para o comportamento ético: o sentimento de fraternidade para com os semelhantes e de reverência em relação aos mistérios da vida e da natureza. A virtude básica que a criança precisa ver manifestada ao seu redor, nessa fase, é a beleza. O mundo é
belo!

Dos 14 aos 21anos, os pensamentos e a visão pessoal do mundo são, então, estruturados de forma abstrata. Surgem as perguntas existenciais. A virtude básica que o adolescente quer ver ao seu redor é a sinceridade da busca de auto-conhecimento dos que o rodeiam. O mundo é verdadeiro!
Como as necessidades de cada fase são equilibradas no currículo da Escola Waldorf?

EDUCAÇÃO INFANTIL

Como foi dito acima, no primeiro setênio o aprendizado se dá grandemente por vias inconscientes. As influências do meio ambiente são absorvidas e incorporadas, através de uma profunda empatia, que aos poucos exterioriza-se em imitação.
As crianças imitam as predisposições psíquicas e mentais dos que os rodeiam, suas posturas corporais, hábitos e atividades que exercem. Fazem isso em brincadeiras: o brincar espontâneo é uma atividade da mais profunda seriedade, é o seu trabalho.

A capacidade de concentração, a acuidade auditiva (sensibilidade musical, saber ouvir o adulto), o desenvolvimento psico-motor, a maturação da lateralidade (base para a escrita), a linguagem, são amplamente cultivados no maternal e no jardim de infância . Estas são habilidades básicas para que o processo de alfabetização, que se inicia em torno dos sete anos, aconteça de maneira harmônica para o desenvolvimento da criança como um todo.

O ambiente e as atividades do maternal e jardim têm como finalidade oferecer as condições necessárias para que o potencial do primeiro setênio seja plenamente realizado, com liberdade e disciplina amorosa. Por esse motivo, o dia segue um padrão ordenado, com repetição de atividades e rotina criativa.

Na Educação Infantil, tentamos reproduzir, tanto quanto possível, a acolhedora atmosfera do lar. A própria composição das turmas assemelha-se a uma família: crianças de idades diferentes – de 2 a 3 anos no maternal e de 4 a 6 anos no jardim - convivem num mesmo grupo. Assim, os menores são estimulados pelos maiores, cujas habilidades almejam adquirir; e os maiores desenvolvem um senso de responsabilidade social, ajudando a zelar pelos menores.

BRINCAR ESPONTÂNEO

Brincar é a aula da criança, momento em que ela estrutura ativamente a vivência que tem do mundo. Todo o ambiente do maternal e jardim é montado em função de permitir brincadeiras criativas e construtivas; panos coloridos para montar cabanas e inventar fantasias; brinquedos artesanais que mais sugerem do que definem, estimulando a imaginação; tesouros da natureza, tais como pedras, conchas,
sementes, etc. bonecas de pano e marionetes- tudo em material natural, para a educação do tato. Depois de brincar livremente, todos juntos ordenam a sala e os brinquedos. Quando estão ao ar livre, as crianças brincam de uma forma mais extrovertida, com terra, água, areia, árvores, adquirindo domínio do próprio corpo, exercitando a coordenação motora e a auto-confiança.

BRINCAR DIRIGIDO A PARTIR DE 4 ANOS

Rodas, cantigas e brincadeiras folclóricas, poesias e dramatizações. Aprender a brincar em grupo e a respeitar o outro. Descoberta de movimentos, musicalidade e ritmo. Versos ritmados, movimentos corporais, permeados de musicalidade, trazem conteúdos e imagens que alimentam o universo interno da criança, despertando uma intensa alegria em estar no mundo.

ATIVIDADES ARTÍSTICAS

Vivência de cores, desenho livre, modelagem, culinária, trabalhos manuais, num amplo exercício da motricidade fina, que se faz importante a partir dos 4 anos.

CONTOS DE FADAS

A partir do jardim, o dia é finalizado com um conto de fadas, rico alimento para a alma e a imaginação infantil, pois contém imagens de profunda realidade espiritual, atingindo regiões inexploradas do inconsciente. No maternal ( 2 e 3 anos), as histórias são mais simples, em respeito à peculiaridade desta fase, não se utilizando ainda os símbolos dos contos de fadas.

ENSINO FUNDAMENTAL

Nossa Pedagogia pretende educar o ser humano através da arte. Todo o ensino tem o elemento artístico como base. Através deste elemento procura-se desenvolver o conhecimento, que vai atuar no pensar do aluno de forma abrangente, estimulando seu amor aos outros seres humanos e o respeito pela natureza.

O conteúdo de cada ano é adequado à idade dos alunos. O currículo proporciona à criança uma visão ampla e viva das matérias, além de possibilitar a aquisição de conhecimentos gerais e preparar o jovem para o exercício da cidadania.

Eis aqui um exemplo resumido do currículo das Escolas Waldorf:

Currículo Waldorf Simplificado
1o ano
* Introdução pictórica ao alfabeto, escrita, leitura, poesia e teatro.
* Contos populares: contos de fada, fábulas, lendas.
* Números, aritmética, introdução às operações e cálculos mentais.
* Histórias de natureza, construção e jardinagem.
Trabalho com parte rítmica e para o amadurecimento motor.
Lendas da Natureza para o ensino de ciências.
Trabalho de formas (a reta e a curva; variações)

2o ano
* Escrita de imprensa, leitura, ortografia, poesia e teatro.
* Aprofundamento das quatro operações matemáticas e cálculos mentais.
A noção do Tempo: as estações, o dia e a noite, as horas.
Fábulas e lendas da natureza e de Santos.
As diferentes formas de plantio : horta, pomar, jardim etc.
Trabalho de formas (formas com movimentos rítmicos, espelhamentos duplos)

3o ano
Escrita, leitura, ortografia, introdução à gramática, poesia e teatro.
Escrita cursiva.
Os primeiros problemas escritos, as contas, os cálculos mentais e as unidades de
medida.
Valorização homem através do tema das profissões.
Os povos do mundo e suas casas.
A construção individual da casa.
O trabalho na terra (cereais e hortaliças)

4o ano
Lendas sobre os cereais e flores.
Histórias do Velho testamento.
Trabalho de formas (espelhamentos quádruplos e formas com metamorfose)
Ampliação das classes gramaticais, ortografia, poesia e teatro.
Frações, problemas e introdução à geometria à mão livre.
Trabalho de formas (formas celtas cruzadas)
* Mitos nórdicos, história e contos de civilizações antigas.
* Geografia e história local e citadina.
Geografia e história regional do Brasil.
Zoologia comparativa.

5o ano
Redação criativa, leitura, ortografia, gramática.
Números relativos, aprofundamento das frações, problemas, expressões numéricas e
potenciação.
Geometria à mão livre – rosáceas - e introdução ao uso de instrumentos.
História e Geografia das Civilizações Antigas: Egito, Mesopotâmia, Pérsia, Índia e
Grécia.
História, geografia e folclore das Civilizações Latino Americanas.
Botânica.

6o ano
Introdução à álgebra, juros e porcentagens e a geometria com uso de instrumentos.
Redação criativa, leitura, estilos de redação, gramática (revisão da morfologia e
introdução à sintaxe).
História e Geografia de Roma Antiga e Idade Média.
História do Brasil Colônia.
Finalização da Geografia Geral e Humana das Américas e África
Iniciação à Astronomia.
Iniciação à Geologia
Física (em especial ótica e acústica )

7o ano
Álgebra, Raiz quadrada, Potenciação, Expressões algébricas e geometria.
* História : Renascença, Expansionismo e a História do Brasil ligada ao período
renascentista.
A História da Época Moderna: Revolução Francesa e os primórdios da Revolução
Industrial.
Redação, morfologia ,sintaxe e leitura de trabalhada.
Biografias ligadas à época histórica
* Geografia Geral e Humana da Europa.
Ciências: Física (em especial eletricidade e magnetismo), Química (cal, carbono, calor e metamorfose dos elementos) e Fisiologia (sistemas do corpo humano).

8o ano
Polinômios, Sistemas de equação, Produtos Notáveis e Geometria.
Redação, sintaxe e trabalho com biografias de vultos contemporâneos e estilos
literários.
Geografia Geral e humana da Ásia.
História Mundial da Época Contemporânea.
Ciências: Física (em especial mecânica), Química (ácidos e base, sal e açúcar), e
Fisiologia (Esqueleto, órgãos de sentido: em especial olho e ouvido)
TEATRO do 8o ano: processo que leva a um fechamento desse ciclo e utiliza as
inúmeras habilidades pictóricas, literárias, musicais, de expressão corpórea, fala, canto e sociais, desenvolvidas ao longo dos oito anos pelos alunos.

Além das disciplinas tradicionais (vide currículo resumido acima), são oferecidas as seguintes matérias, todas com conteúdo e currículo específicos para cada idade, sendo consideradas de igual importância para a formação do jovem e da criança : Música, Alemão, Inglês, Educação Física,Marcenaria, Euritmia,Trabalhos Manuais, Artes aplicadas, Desenho, Pintura e Atividades Teatrais.

LÍNGUAS ESTRANGEIRAS

A criança que bem cedo é exposta a outro idioma adquire facilidade para, no futuro, relacionar-se com o próximo, ampliando a capacidade para a compreensão social de outras culturas. O trabalho com outras línguas aprimora a capacidade de ouvir e falar, propicia flexibilidade ao pensamento, desenvolve a habilidade de síntese e fortalece a concentração.

O Ensino de línguas estrangeiras começa no primeiro ano, trazendo, a princípio de forma não intelectual, a musicalidade da língua e suas características culturais.

DESENHO/ PINTURA / TRABALHOS MANUAIS/ ARTES APLICADAS

O Currículo Waldorf contém, do jardim de Infância até a última série, um programa de atividades artísticas e artesanais, tão intimamente adaptadas à faixa etária de cada classe quanto é o ensino de matérias tradicionais.

Nos Trabalhos Manuais as crianças fazem tricô, crochê, bordado. Nas Artes aplicadas (a partir de 11 anos de idade) as matérias são: costura, marcenaria, cestaria, etc, todas ligados às inúmeras atividades primordiais da humanidade.

O Desenho, a Pintura e a Modelagem estão sempre presentes nas aulas ministradas pelo professor de classe, inclusive como suporte para a transmissão de conteúdos. A partir da quinta série, um professor específico assume estas matérias, trabalhando a observação exterior do mundo, a expressão artística interior, a beleza aliada à técnica, ao saber fazer.

A Atividade Artística na Escola Waldorf não visa formar artistas ou artesãos, porém vivenciar processos. Educar o sentimento, o pensamento, a capacidade de agir; construir algo com as próprias mãos ; cultivar a perseverança, a coordenação motora, o senso estético. No contato com a matéria, o aluno tem uma autêntica relação com o mundo real.

Tais disciplinas têm alto valor pedagógico, quando exercitadas com regularidade. Uma das consequências é a compreensão do trabalho alheio e o respeito ao trabalho manual, além de um gosto seguro por aquilo que é bem feito e belo.

MÚSICA

Toda criança , desde pequenina, traz a música dentro de si.

Dos 0 aos 7 anos, esta musicalidade manifesta-se principalmente em sua corporalidade. Os ritmos, os movimentos, os gestos e os sons que vivem em seu ambiente, são os educadores musicais. Na primeira infância, especial atenção deve ser dada à educação dos sentidos, especialmente o sentido da audição.

A educação musical na Escola Waldorf começa, assim, no maternal e no jardim de infância. No respeito ao ouvido da criança, ainda em formação. Sons delicados que embalam e trazem aconchego. A voz humana, ao invés de sons eletrônicos. A doce presença do Kântele. Sons da natureza. Muitos ritmos,brincadeiras de dedos, versos, cirandas. Liberdade de movimentos. Tudo isto é musicalização, e prepara intensamente a criança para as aulas de música , no ensino fundamental.

No Ensino fundamental, a música faz parte do currículo, além de ser um instrumento de trabalho também para o professor de classe. A música dá continuidade ao desenvolvimento do sistema motor, lança as bases para um pensar vivo e criativo, e cultiva sentimentos de beleza e comunhão.

ALFABETIZAÇÃO

O trabalho de alfabetização começa no ano em que a criança completa 7 anos, quando ela apresenta todos os requisitos básicos para este processo. É o que se chama “prontidão”, maturidade psicomotora, cognitiva, organização espacial e perceptual.

A alfabetização se dá de forma gradativa, primeiro apresentando o aspecto pictórico da letra, depois seu som, para finalmente chegar à forma abstrata. Este processo tenta resgatar o caminho que a própria humanidade fez ao desenvolver a leitura e a escrita.

ENSINO EM ÉPOCAS

O conteúdo de cada ano é dividido em temas principais que são ensinados durante três ou quatro semanas, de maneira intensiva e profunda.

Rudolf Steiner descobriu o valor pedagógico frutífero do trabalho intensivo seguido pelo esquecimento. Esta dinâmica permite aos alunos uma espécie de digestão do conhecimento adquirido. Quando se retorna a uma época, as crianças estão cheias de novidades e com vontade de aprender mais.

PROFESSOR DE CLASSE

A relação professor-aluno é o cerne da Pedagogia Waldorf. Esta relação deve ser íntima e profunda, pois a criança necessita ter por modelo uma autoridade confiável, capaz de transmitir conhecimento com amor. Esta figura é o professor de classe, que acompanha a turma desde o 1o até o 8o ano, ensinando as matérias principais.

Por que existe durante tantos anos o mesmo professor de classe? As crianças querem ser percebidas continuamente em seu desenvolvimento, durante um período bastante grande. Esse período da vida da criança deve tornar-se uma biografia na consciência do professor.

A MISSÃO DO PROFESSOR

Um caminho de constante aprendizado. Essa é a opção de vida de todo professor. A satisfação de acompanhar de perto o desenvolvimento do ser humano, e ver quantas possibilidades estão latentes dentro de nós.

Num mundo onde valores humanos são cada vez menos considerados, temos a árdua tarefa de lutar contra uma corrente que prega a alienação, a massificação de ideias, a falta de sensibilidade. O professor, como agente transformador da sociedade, começa transformando-se a si próprio.

Para a Pedagogia Waldorf, o verdadeiro educador é aquele que se propõe uma constante busca espiritual, pela auto-educação consciente. Para estimular o desenvolvimento de seres humanos em formação, deve estar ele próprio, aberto a se transformar. É o que toda criança ou jovem espera de qualquer adulto.

No primeiro setênio, ele deve ter em mente que a educação nessa fase se dá pelo exemplo. O que o adulto é, conta mais do que as atividades propostas ou as técnicas usadas. Por isso, nas Escolas Waldorf, o mesmo professor costuma acompanhar a criança ao longo do jardim ou maternal.

No Ensino Fundamental (1a a 8a séries), um único professor, quando possível, acompanha a turma por todas as séries, impondo-se pelo amor como uma autoridade a ser seguida pelas crianças, que necessitam dessa referência.

No Ensino Médio (9o ao 12o ano), o professor deve ser um perito na matéria que leciona, e despertar no aluno o mesmo entusiasmo que ele sente. O adolescente busca confirmar o que é verdadeiro no ser humano, e precisa tornar sua mente aguçada. O professor, agora sim, já não deve ser aquela autoridade a quem se admira, mas um amigo com quem se questiona a vida.

A relação professor-aluno é o aspecto mais importante para uma educação integral. Informações podem até ser transmitidas por meios eletrônicos. Educação, não.

O professor Waldorf, além da formação tradicional exigida pelo MEC, passa por uma formação específica, que consiste nos Cursos de Formação em Pedagogia Waldorf, Fazem parte da formação matérias teóricas como as que tratam do currículo e do desenvolvimento da criança. Filosofia , vivências com artes, música e trabalhos manuais.

Entretanto, a formação de todo professor se completa dentro da sala de aula, no exercício diário da sua missão. As próprias crianças e jovens vão nos ensinando a lidar com eles, nos mostrando caminhos, tornando-se nossos companheiros de vida.

RELIGIÃO NAS ESCOLAS WALDORF

A Antroposofia não é uma religião. É uma visão do Universo e do Homem obtida segundo métodos científicos. Dessa cosmovisão decorre uma imagem do ser humano, que é objeto de constante estudo para os professores.

Nas Escolas Waldorf, não se prega nenhuma confissão específica, respeitando-se a liberdade espiritual de seus alunos e familiares.

O sentimento de religiosidade, que a criança naturalmente traz consigo, é cultivado na celebração das festas cristãs e também através de pequenos gestos de gratidão aos homens, à natureza e a Deus.

OS LIMITES NA EDUCAÇÃO WALDORF

O ser humano só alcança sua maturidade aos 21 anos. A criança gradativamente conquista autonomia, responsabilidade e liberdade. O limite é imprescindível para a criança em desenvolvimento.

Embora na educação infantil a criança tenha seu espaço de expressão através do brincar espontâneo, existem limites e atividades definidas, ritmo e horários, o que traz segurança para o ambiente.

Do maternal ao ensino fundamental, os limites são claramente colocados pelos professores, em linguagem adequada a cada faixa etária.

A IMPORTÂNCIA DO RITMO E DOS HORÁRIOS

Onde há vida, há ritmo. O ritmo,a repetição criativa, estão sempre presentes na Pedagogia Waldorf. Nas festas anuais, no dia a dia, no trabalho semanal, no ensino em épocas, proporcionando segurança, serenidade e alegria.

Educando nossos filhos com ritmo, com horários, também em casa, criamos condições para que sintam- se mais tranquilos, seguros e saudáveis. A falta de ritmo, principalmente nos horários de dormir e acordar, é um hábito bastante prejudicial para a criança, que compromete, inclusive, o seu desempenho escolar.

MEIOS ELETRÔNICOS E EDUCAÇÃO: ONDE ESTÁ O PROBLEMA?

(...) Todas as crianças são dotadas de incomensurável fantasia, mas muitas não têm sonhos próprios, porque delegaram à TV o direito de imaginar por elas. Assim, crescem saturadas de desinformações que não processam, vulneráveis em seu código de valores e confusas quanto aos princípios éticos a serem abraçados.. .
Frei Betto em – Todas as crianças

O texto que se segue tem a intenção de provocar nos pais uma reflexão sobre os malefícios da TV, filminhos de vídeo, videogames e do computador na vida de nossos filhos.

Na frente de uma TV a criança está fisicamente inativa; até os músculos oculares ficam em repouso. Quem já não notou o filho vidrado na frente do aparelho de TV, como se estivesse anestesiado? Além do físico, o pensamento também fica praticamente inativo: não há tempo para raciocínio consciente e para fazer as associações mentais.

O fluxo das informações gerado pelo vídeo ultrapassa de longe as possibilidades que a criança tem de captar o que lhe é apresentado, “digeri-lo” e entendê-lo sozinha. Ela capta ora uma coisa, ora outra, e frequentemente não consegue, por si só, estabelecer a ligação entre as imagens que vê e as frases compreendidas. O cérebro é estimulado para manifestações sensoriais e fluxos de pensamento fracionários e associativos. Estes não podem ser efetivamente comprovados, pela criança, sem sua conexão com a realidade. Correspondentemente, as delicadas tramas nervosas cerebrais, ainda em desenvolvimento, são influenciadas em sua estruturação. O cérebro se molda mais no sentido de tornar- se instrumento de fluxos mentais passivos e associativos. Também na vida futura, uma pessoa que cresceu dessa maneira dependerá de que as informações lhe sejam sempre dadas exteriormente, e estará em precárias condições de chegar a ideias ou critérios próprios - mesmo porque nem sequer surgirá o desejo de fazê-lo. Por outro lado, encontra-se muito desenvolvido o pensar crítico, que avalia e condena ou absolve as situações. É que este tipo de pensar só entra em atividade diante de situações ou objetos já existentes, não sendo produzido por meio da criatividade. Um pensar criativo só pode
desenvolver-se baseado em atividade própria, atenção e vívido interesse pelo mundo objetivo.
Consultório Pediátrico: um conselheiro médico-pedagógico
Meios Eletrônicos e Educação – Uma Visão Alternativa, Valdemar W. Setzer

Uma pessoa assistindo TV (vídeo) entra em um estado de desatenção, de sonolência e de semi-hipnose.

Assim, o problema gerado pela TV está concentrado em grande parte no imobilismo que gera nas crianças, que deixam de fazer o que de mais importante deveriam fazer nessa etapa do desenvolvimento: movimentar o corpo, imitar os processos do meio ambiente, tornar-se habilidosas, entregar-se a atividades que façam sentido. Ver televisão não requer nenhuma habilidade especial, nem tampouco desenvolve alguma habilidade especial.

Neste sentido, não é tanto o conteúdo dos programas de TV que deve orientar a permissão ou não de assisti-la. O problema é o mal da TV em si, por tudo que foi dito acima. Ainda citando o mesmo livro: “ao consumo televisivo segue-se uma inquietude de movimentos tão desnatural quanto o foi a anterior imobilidade diante da tevê”. Não é com o conteúdo da mensagem assistida (por exemplo, se foi cruel ou
não), mas com essa espécie de imobilidade forçada frente à tela, que se relaciona o fato de, logo após assistir à televisão, a criança não saber como entreter-se, tender à agressividade, agitação, ficar mal- humorada e provocativa. Os conteúdos problemáticos ou não do programa apenas aumentam ou diminuem o resultado final.

Os mesmos fenômenos provocados pela TV são observados em uma criança assistindo filminhos de vídeo, jogando videogames e lidando com o computador.

Os efeitos na educação, especialmente em uma educação Waldorf, são desastrosos. Especialmente porque interferem no processo de aprendizagem da criança e nos pontos nos quais a pedagogia mais trabalha: o respeito ao movimento natural e sadio da criança, o desabrochar da curiosidade e da descoberta do valor de cada ato humano sobre a natureza, as condições para o florescimento da criatividade, um sentido para todas as coisas da vida, que é bela e é aprendida a ser respeitada.

É essencial que pais e educadores se aprofundem no assunto, adquirindo a necessária convicção para lidar com uma questão tão delicada.

AS FESTAS DO ANO

Ao longo do ano, festas como a Páscoa, São João, Micael, Primavera e Natal, são comemoradas. Visam, principalmente, despertar na criança seus valores e seus sentimentos de compreensão, admiração e reverência à beleza da vida e da natureza.

Estas e outras festas, de acordo com o pensamento da Educação Waldorf, servem para religar ou conectar a humanidade com os ritmos da natureza e do cosmos. Essas festas têm origem nas culturas mais antigas, como manifestações artísticas. São povoadas de alegria e entusiasmo das crianças, professores e pais, quer na preparação, como na celebração.

PERGUNTAS FREQUENTES
“Visão Espiritual da criança”, tem algo a ver com religião?
Não na forma como comumente é entendida uma escola “religiosa”. Embora tenhamos fundamentos cristãos, nenhuma doutrina religiosa em particular é defendida ou ensinada às crianças.
Por que os alunos têm que ficar com o mesmo professor por 8 anos?
Entre 7 e 14 anos de idade, as crianças aprendem melhor através da aceitação de uma autoridade amorosa, assim como antes , aprendiam através da capacidade de imitação.
No primário, especialmente nos primeiros anos, a criança está aprendendo a expandir sua experiência além do círculo familiar e da sua própria casa.
O grupo de crianças da sala de aula torna-se um tipo de família e o papel da autoridade ( que numa analogia equivaleria ao papel dos pais,em casa), é representado pelo professor. Assim, professor e aluno acabam se conhecendo profundamente, o que permitirá ao professor, ao longo dos anos, encontrar a melhor forma de lidar com as dificuldades de cada aluno, em vários âmbitos.

O ensino é “mais fraco”, se comparado às Escolas convencionais?
Não. A Escola Waldorf também exige muito dos alunos. A diferença está na forma com que os assuntos são trazidos às crianças, e no respeito às suas fases evolutivas.

Ao sair da Escola Waldorf, a criança ou jovem terá dificuldades em adaptar-se a outras escolas, ou ao mundo?
A prática e relatos mostram que as crianças transferidas para outras escolas normalmente conseguem bom desempenho e boa adaptação. Frequentemente se sobressaem quanto à capacidade de concentração, criatividade, entrosamento social, autonomia e entusiasmo pelo aprendizado.

E o vestibular?
Jovens ex-alunos Waldorf, mostram-se aptos a passar em qualquer vestibular, tanto quanto alunos de escolas tradicionais. Podem tornar-se bons profissionais na profissão que escolherem, seja na área das ciências exatas, humanas, biológicas, ou quaisquer outras. Normalmente mostram sensibilidade em relação às questões de ordem social, estando bem conectados à realidade. Enfrentam os desafios da vida com equilíbrio e com os “pés no chão”.

Há alguma recomendação da Escola em relação à alimentação?
As crianças devem evitar os doces na parte da manhã, pois o organismo não está apto a digeri-los, o que prejudica a concentração. Na medida do possível, o ideal é receber uma alimentação integral isenta de agrotóxicos.

Quando a criança está madura para a alfabetização?
A criança já se interessa por letras e números. Não estará ela “pedindo” para ser alfabetizado?
Nas escolas Waldorf, o processo de alfabetização inicia por volta dos 6 anos e meio a 7 anos. Paralelamente, cada criança é avaliada individualmente pela equipe da Educação Infantil. Trata-se de uma avaliação abrangente, em que são considerados os diversos aspectos do desenvolvimento da criança, e não somente o cognitivo ou intelectual.
Atualmente muitos apresentam precocidade no aspecto intelectual, o que não quer dizer que tenham maturidade para submeter-se ao processo de alfabetização, da maneira como feito nas Escolas Waldorf, onde é exigido bastante da criança como um todo. Problemas futuros podem ser evitados, quando se tem a devida paciência para esperar.
fonte: Texto extraído do site Curso Waldorf de Belo Horizonte